Para quem cursou, cursa ou pretende cursar Letras, é vergonha dizer que nunca leu uma obra desse tão inspirado e polêmico escritor português: José Saramago.
A última obra que lemos (trio AGR) foi "A jangada de Pedra". Olha a sacada do homem: ele cria uma história sobre a separação geográfica da Península Ibérica do restante do continente europeu. Um fenômeno sem explicação. Mas junto com esta separação começam a acontecer outros quatro acontecimentos sobrenaturais que unem os personagens… (“Ai memória! Hum... Não me lembro de todos nomes, mas recordo–me bem de Joana Carda, Joaquim Sassa e Cão”). A trama é um pretexto (bem bolado) para Saramago fazer críticas à sociedade e autoridades. Nunca vou esquecer da Rê na UFPA dando show de explicação sobre a obra. Eu e a Gê ficamos com as curiosidades sobre a vida desse homem tão intelectual, mas que deveria ter acreditado mais em Deus.
Li também "Memorial do Convento", comecei a ler "Ensaio sobre a Cegueira" (não terminei porque estava vivendo um período crítico – hehehe – a Bíblia me ajudou bem mais. Mas ainda leio... ou assisto o filme!) e é claro "O Evangelho segundo Jesus Cristo", uma de suas obras mais polêmicas. O governo português impediu que a obra, considerada herética, fosse indicada a um prêmio literário europeu. Aí ele se ‘mordeu’! Foi para as Ilhas Canárias, na Espanha, para viver um exílio simbólico. Até hoje (18)…
Saramago morreu. Ele tinha muitos problemas respiratórios. Segundo a imprensa mundial ele foi vítima de leucemia crônica. Foram 87 anos de vida. 24 deles foram ao lado da jornalista Pilar, com quem viveu uma grande história de Amor.
Quase nove décadas... É muito tempo! O suficiente para preparar a imortalidade. Essa é a grande sacada: Escrever histórias para continuar vivo depois da morte!
José Saramago _ 1922 - 2010
Um comentário:
As obras amenizam a perda...O tornam imortal...
=]
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