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domingo, 5 de abril de 2009

Caso Rodolfo Ritihely

Desabafo de mãe:
Passados três anos e noves meses da morte do menino Rodolfo Ritihely, Heloisa Helena, luta
para conviver com a dor da perda, que o tempo não diminui.

"O Rodolfo nasceu no dia do meu aniversário, um presente de Deus... Na época eu era muito jovem, e com Ele eu aprendi muitas coisas... Eu queria ter dito que o amava mais... Eu queria ter protegido meu filho", desabafa Heloisa.

Santarém, 16 de junho de 2005:
Rodolfo Ritihely (11), brincava de peteca com alguns amigos à margem da avenida Fernando Guilhon, no bairro Santarenzinho,
quando um jovem, que pilotava uma motocicleta, invadiu a lateral e atropelou o menino, jogando- o aproximadamente sete metros de distância.
Rodolfo, morreu na hora.
Se estivesse vivo, hoje ele estaria com 15 anos de idade.
A foto ao lado, é a que a mãe mais gosta. Ela foi tirada em uma festa da escola onde estudava... foi a última.

O acusado: Erlan Rêgo Nascimento
Foi constatado por meio de exames, que Erlan, na época com 18 anos de idade, estava alcoolizado e não tinha permissão para dirigir.
Ele foi preso em flagrante, mas liberado no mesmo dia depois de pagar 80 reais de fiança.
Antes desse episódio, o jovem estava em liberdade condicional e respondia a um processo na justiça por porte ilegal de arma.
Dez meses depois do acidente, foi decretada a prisão preventiva de Erlan, mas ele fugiu.
Foi recapturado na cidade de Itaituba e novamente liberado após um ano.
Enquanto aguardava julgamento em liberdade, Erlan, hoje com 22 anos, fez vários assaltos à mão armada na cidade, o último foi no dia 21 de março deste ano em um comércio.
O circuito interno de câmeras do estabelecimento, registrou imagens que ajudaram a polícia no reconhecimento.
Dois dias depois, Erlan foi preso no aeroporto de Santarém, quando tentava fugir. Agora, ele está na Penintenciária Agrícola de Cucurunã, na ala de presos provisórios.
28 de Abril de 2009: O futuro do jovem nas mãos dos jurados.
Erlan Rêgo Nascimento deve ir à Júri popular no dia 28 deste mês.
Vinte e uma pessoas devem ser intimadas à comparecer ao julgamento. Dessas, apenas sete serão sorteadas para compor o Conselho de Sentença.
Após ouvir a acusação e a defesa, os jurados decidirão se Erlan é culpado ou inocente.
Se ele não for absolvido, o caso entrará para a história de Santarém: será a primeira pessoa condenada por causar morte no trânsito.
# Bastidores da entrevista: Uma manhã na casa de Heloisa
Eu e o repórter cinematográfico Elivaldo Reis, fomos à casa de Heloisa Helena e a convencemos a nos conceder uma entrevista.
A mãe de Rodolfo mostrou para a equipe, todos os jornais que abordaram o caso do garoto, reportagens sobre o acidente, sobre a fuga e a recaptura de Erlan.
No arquivo, cartas que os amigos de Rodolfo escrevem para consolar a mãe do garoto, fotos do filho, desenhos, vídeos... para cada item guardado, uma história para contar.
Ela guarda um caderno onde o filho contava a própria história por meio de fotos e textos, como um diário. Muitas páginas ficaram em branco...
Rodolfo foi o seu primeiro filho. O marido dela, padastro do garoto, e os outros filhos, são quem dão forças para essa mulher continuar vivendo. Ela diz ser consciente que a família precisa dela.
No jardim da casa, ao conversar comigo, ela ria ao lembrar da alegria do filho e ficava séria ao falar de justiça...
Alegria e a seriedade se misturavam às lágrimas ao abraçar a foto do filho.
Narrativas e desabafos que fizeram com que repórter e cinegrafista perdessem a postura profissional e se emocionassem com a história dessa mãe.

Um comentário:

Heloiza Helena disse...

Quero agradescer pelo apoio de vcs nesse caso,realmente toda minha dor conseguiu ser trasmitida em palavras,a reportagem é otima e precisa.Tenho fé em Deus que tudo ficara bem.Fiquem com Deus.
Existe uma força chamada Deus, que nos faz suportar a saudade.Rodolpho vive em nossos corações.
Obrigada