Ribeirinhos pedem socorro

Neste final de semana, eu e o repcine Elivaldo Reis, acompanhamos uma vistoria, feita pela Marinha do Brasil e Defesa civil, em cartoze comunidades da região de várzea do município de Santarém que estão em estado de emergência por causa da cheia deste ano.

O objetivo desta visita foi elaborar um relatório sobre os impactos causados pela enchente.

Os dados coletados devem ser apresentados aos governos municipal e estadual, para que os danos possam ser amenizados por meios de medidas emergenciais.

O que encontramos?

Comunidades inteiras invadidas pela água. Em nenhum momento pisamos em terra firme durante a visita.

O rebanho da região, fica o dia inteiro, dentro d´água. Somente á noite, os animais são conduzidos à elevados de madeira chamados de maromba.
Nas escolas, as aulas estão suspensas há um mês. A correnteza passa por dentro das salas.

Encontramos Seu Rinalro Santos Amaral, que para sobreviver, cultiva hortaliças. A altura dos canteiros improvisados muda todos os dias por causa da subida do rio. Mas a principal preocupação não é com a perda das verduras, mas com a falta de segurança dos filhos dentro da própria casa.Como a água já invadiu a residência,ele conta que é comum encontrar animais peçonhentos como cobras.

Na casa deste outro ribeirinho, (José Sebastião Sousa Lira) as tábuas das paredes são arrancadas à medida que a água sobe. Elas se transformam em pontes.

Os serviços de construção são diários. Na falta de madeira, ele utiliza troncos de embaubeira, uma árvore típica da região.

De acordo com ele, o material é leve e fácil de flutuar, mas com o passar do tempo, o tronco fica pesado, por isso deve ser substituido de quinze em quinze dias.

Uma das principais reclamações dos ribeirinhos é quanto ao desrepeito por parte dos comandantes das embarcações que navegam pela região. As lanchas passam em alta velocidade em frente as comunidades. A maresia (ou "bamzeiro" como os comunitários chamam), faz com que a água invada as casas, causando sérios problemas.

A Delegacia fluvial de Santarém, deve reunir com donos de embarcação esta semana para tratar sobre o assunto e de acordo com a defesa civil municipal,ainda esta semana, os ribeirinhos devem receber madeira para fazer adequações nas casas.